KOAN

18/10/2011 12:11

 

De forma bem leiga, o Koan é conhecido como “enigma do mestre”, contudo Koan é um dos subterfúgios usados pelos Zen-Budistas para levar o praticante a meditação, propiciando a iluminação do aspirante.

Trata-se de uma frase, um diálogo, uma afirmação ou um questionamento que não pode ser compreendido pela razão, pois forma um paradoxo e tem função de incentivar  a reflexão. A tentativa de encontrar uma resposta ao Koan se torna o foco da meditação Zazen do discípulo, permitindo uma melhor concentração.

Os discípulos de Zen-Budismo recebem apenas um Koan escolhido pelo seu mestre conforme a personalidade do praticante. Após recebido, o discípulo meditará sobre o Koan durante anos a fio.

Quando um Koan é lançado, cada praticante alcançará várias resposta para uma mesma situação, mas nenhuma delas será totalmente satisfatória.

Em várias Artes Marciais tradicionais japonesas ocorre o uso de Koans, pois estão permeados pelo Zen-Budismo no seu processo histórico e, portanto no seu treinamento de concentração, respiração e meditação. Hoje em dia os Koan são poucos empregados e as vezes utilizados institivamente pelos professores para causar um momento de reflexão aos alunos e não mais como um processo longo de meditação.

Sobre esse aspecto, normalmente alunos de Artes Marciais e mesmo pessoas que não tem qualquer vínculo marcial, que não praticam a meditação, se sentem instigadas e incomodadas pelas perguntas, pois tem pretensão de dar uma resposta imediata, pontual e correta. Procuram assim aprovação de quem propôs o Koan para se satisfazerem no sentido de “solucionar o mistério”, como se fosse uma charada.

No entanto,  se decepcionam quando descobrem que, no final das contas, não há uma única verdade e que ninguém lhe dará uma opinião a respeito, nem mesmo quem fez a pergunta.

O efeito do Koan nos discípulos marciais aparentemente é de reconstrução justamente porque força a “não resposta instantânea”, cria-se então a desestabilização de seus conceitos e gera um exercício mental. Além disso,  para algumas pessoas que, além de lançarem respostas rápidas, defendem seu ponto de vista crendo que suas afirmações são mais corretas que as dos demais, o Koan se torna um exercício para o ego, para aqueles que precisam aprender a ver e ouvir, mais do que falar.

 

Alguns Koan:

 

  • “Qual é o som de uma mão a bater palmas?”
  • “Qual era a tua natureza original, antes dos teus pais terem nascido?”
  • “Qual é o som do silêncio?”
  • “Quem pensa que entendeu, se questiona;
    Quem pensa que não entendeu, questiona os outros;
    Quem entendeu, não diz nada;
    E quem não entendeu, também não diz nada!”
  • Depois de ter vencido duas vezes seu adversário, quantas vezes você venceu de você mesmo?
  • A forma mais sutil do ódio é o amor.